A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) pediu ao Iraque que retire a ameaça de expulsar os jornalistas estrangeiros nos próximos dias e apela ao regime de Bagdad para ter “a coragem de enfrentar o Mundo, num momento de crise”.
As autoridades iraquianas afirmaram, a 24 de Outubro, estar dispostas a expulsar os correspondentes estrangeiros no país até 2 de Novembro. O Governo de Bagdad disse ainda que apenas um número reduzido de jornalistas será autorizado a regressar, por períodos de dez dias e sujeitos a normas de funcionamento muito mais restritivas.
Os iraquianos criticam o trabalho de vários correspondentes estrangeiros, que consideram tendencioso, nomeadamente no caso dos enviados da CNN.
“Este não é o momento para colocar a propaganda acima do relato profissional dos jornalistas”, disse Aidan White, secretário-geral da FIJ, para quem “estas são más notícias para a opinião pública mundial e para o Iraque.”.
“As pessoas em todo o mundo estão ansiosas por ser informadas quanto ao que está a acontecer na região. A expulsão dos jornalistas não lhes permitirá ter acesso à verdade e apenas promoverá a ignorância, a especulação e o boato”, acrescentou o responsável da FIJ.
White lembrou que, apesar dos esforços dos jornalistas do Iraque para trabalharem profissionalmente, “é um facto que os jornalistas não podem informar livremente num ambiente político hostil ao jornalismo independente”.
“Se o Governo iraquiano acredita que a CNN é um porta-voz do governo americano, então o que deve fazer é abrir as fronteiras a mais jornalistas de outros média”, disse ainda o secretário-geral da FIJ, para quem Bagdad apenas procura pretextos “para intimidar os média independentes”.