Mais três jornalistas cubanos em greve de fome

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) expressam grande preocupação pela greve de fome de mais três jornalistas cubanos, em protesto contra as suas condições de detenção.

Juan Carlos Herrera Acosta, Manuel Vázquez Portal e Normando Hernández González, encarcerados na prisão de Boniatico, em Santiago de Cuba, desde Abril passado, iniciaram o seu protesto a 31 de Agosto, o que valeu a dois deles a transferência, a 1 de Setembro, para outra cadeia em local desconhecido.

Manuel Vázquez Portal, o único cujo paradeiro se conhece, foi transferido para o estabelecimento prisional de Aguadores, também em Santiago de Cuba.

Manuel Vázquez Portal, da agência noticiosa Grupo de Trabajo Decoro, Normando Hernández González, da agência CPIC, e Juan Carlos Herrera Herrera Acosta, da agência APLO, iniciaram a greve de fome como protesto contra o tratamento dado na prisão de Boniatico, que consideraram injusto e desumano, pois estavam em regime de alta segurança, sem acesso a quaisquer notícias e apenas podiam sair das celas algemados.

Manuel Vázquez Portal foi condenado a 18 anos de prisão por violar a Lei 88 de Protecção para a Independência Nacional e Económica de Cuba, enquanto Normando Hernández González foi condenado a 25 anos por actuar contra a “a independência ou a integridade territorial do Estado”.

A RSF recorda que, no espaço de um mês, esta é a segunda greve de fome protagonizada por jornalistas presos em Cuba, onde são enclausurados a centenas de quilómetros das famílias, sem condições sanitárias, sem alimentação adequada e com cuidados médicos mínimos. A organização pede que as famílias sejam rapidamente informadas sobre o paradeiro dos jornalistas e possam visitá-los o mais breve possível.

Três outros jornalistas independentes – Mario Enrique Mayo, Adolfo Fernández Sainz e Ivan Hernández Carrillo – começaram a sua greve de fome a 15 de Agosto para exigirem que os detidos com doenças crónicas tivessem direito a uma alimentação e a medicamentos apropriados.

A greve de fome terminou a 25 de Agosto, quando as autoridades providenciaram a Mario Enrique Mayo a devida dieta.

Os jornalistas, que conheceram a sua sentença em Abril, são parte de um grupo de 28 profissionais que foram detidos numa acção governamental contra a imprensa independente ou da oposição em Março passado.

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