No espaço de três dias, pelo menos quatro jornalistas foram mortos, ou descobertos sem vida, no Iraque, provocando reacções de condenação por parte de organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).
A 5 de Abril, um telefonema anónimo levou a polícia iraquiana a dar com o corpo de Khamail Khalaf, repórter da Radio Free Iraq sequestrada dois dias antes num bairro de Bagdade. Três dias depois, foi a vez de aparecer na capital iraquiana o cadáver de Othman al-Mashhadani, repórter do jornal saudita “Al Watan” que havia sido raptado na quarta-feira anterior.
No sábado, um atentado suicida contra a Baghdad TV causou a morte do director-adjunto Thaer Ahmad Jaber e do jornalista estagiário Husain Nizaer, bem como ferimentos a onze outros funcionários da emissora, três dos quais permanecem em estado considerado crítico.
De acordo com a RSF, há ainda a registar a morte de Khamel Mohsin, apresentadora da Radio Sawa, raptada a 3 de Abril e descoberta sem vida no dia seguinte.
Segundo a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) – que no seu comunicado acerca da situação no Iraque referiu a morte de quatro jornalistas – o número de profissionais da comunicação assassinados no Iraque desde o início do ano já vai em 23, ou seja, um a cada quatro dias.
Contudo, a organização fez questão de contrastar esta má notícia com uma outra, de solidariedade, dando conta de que o Sindicato de Jornalistas Iraquianos entregou mais de 60 mil euros – doados por sindicatos de jornalistas de todo o mundo e pelo governo iraquiano – a familiares de colegas de profissão mortos no Iraque desde 2003.
A FIJ assinalou ainda o quarto aniversário das mortes inexplicadas de três jornalistas a 8 de Abril, em Bagdade, na sequência de acções militares de tropas norte-americanas contra o Hotel Palestina e contra as instalações da Al Jazeera, voltando a exigir que os EUA apresentem relatórios credíveis sobre o que se passou naquele dia.