As autoridades nepalesas detiveram pelo menos 33 jornalistas durante uma manifestação contra o governo autoritário do rei Gyanendra realizada em Katmandu a 1 de Fevereiro, dia em que passou um ano sobre o golpe de Estado real.

Além dos mais de trinta profissionais detidos – entre os quais vários dirigentes da Federação de Jornalistas Nepaleses (FNJ) – registou-se cerca de uma dúzia de feridos devido à acção repressiva da polícia, que usou canhões de água e bastões contra os manifestantes.

A repressão policial não se limitou no entanto aos jornalistas que se manifestaram na capital – os quais foram libertados ao fim de quatro horas –, pois a polícia deteve igualmente dezenas de jornalistas noutras partes do país.

“Estas acções opressivas e brutais do governo não podem continuar e os jornalistas devem ser autorizados a continuar o seu trabalho de forma independente, sem receios, intimidações ou abusos”, exigiu o presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Christopher Warren, secundado nestes apelos por organizações como o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).