Mais canais mas menos independência na Europa

A televisão está a mudar a alta velocidade e a produção de programas de serviço público está a ser lentamente sufocada, denuncia um relatório do Open Society Institute (OSI) intitulado “Televisão na Europa: Mais canais, menos independência”.

O relatório aborda em maior detalhe as realidades de nove países – Albânia, Bulgária, Eslováquia, Itália, Lituânia, Macedónia, Polónia, República Checa e Roménia – e é sequela de um outro, mais abrangente, efectuado em 2005 e que contemplava estes países e outros 11 (Alemanha, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovénia, Estónia, França, Hungria, Letónia, Reino Unido, Sérvia e Turquia).

Uma das principais conclusões do documento é que a reputação das emissoras públicas tem sido bastante afectada por pressões externas e politização, bem como por modelos de financiamento desadequados, sendo que a maioria dos países estudados não tem incentivado nem obrigado as televisões a criar conteúdos de serviço público.

Um problema que continua por resolver é o da transparência da posse de televisões privadas, sendo também preocupante, no entender do OSI, o facto de as entidades reguladoras estarem cada vez mais politizadas e poucas terem permitido a entrada de operadores mais diversos no mercado.

O relatório, realizado ao abrigo de um projecto do Programa de Monitorização e Advocacia da União Europeia do OSI e do Programa Media da Open Society Foundation, aponta ainda a falta de esforços concertados para promover a educação para os média e o facto de a sociedade civil raramente ser ouvida quando há debates sobre reformas e políticas que afectem a comunicação social.

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