Luta política no Quirguistão atinge jornalistas

Jornalistas que cobriam o desenrolar das mudanças políticas no Quirguistão foram alvo de agressões ou roubos em quatro ocasiões diferentes, o que, segundo a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), evidencia os riscos que a classe corre ao cobrir convulsões políticas e cenas de desobediência civil.

O primeiro caso registou-se a 23 de Março quando o presidente do Sindicato de Jornalistas do Quirguistão, Azamat Kalman, foi agredido por agentes da autoridade que dispersavam protestos na capital Bishkek e, em seguida, empurrado de três metros de altura por um grupo de apoiantes do presidente Askar Akayev, o que lhe provocou a fractura das duas pernas.

No dia seguinte, agentes da autoridade agrediram a jornalista búlgara Dessislava Rizova até esta perder os sentidos, durante a cobertura da tomada do edifício do governo. Nesse mesmo dia, duas equipas de televisão russas, uma da Ren TV e outra da Moskoviya, foram atacadas em momentos distintos por agitadores, que lhes roubaram telemóveis e destruíram material de trabalho.

Segundo a FIJ, a tomada dos órgãos de comunicação estatais por parte da oposição e o apoio vigoroso dos jornais privados às alterações políticas no país colocaram os jornalistas e a comunicação social no centro das mudanças ocorridas naquele país da Ásia Central.

As manifestações da semana passada e o derrube do regime de Askar Akayev, que governava o país desde 1990, foram o culminar dos protestos contra alegadas fraudes nas eleições parlamentares e semanas de censura, assédio e obstrução do Estado ao trabalho da imprensa.

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