Libertado repórter francês sequestrado na Somália

O operador de câmara freelance Gwenlaouen Le Gouil foi libertado ontem, 26 de Dezembro, pelo grupo armado que o mantinha sequestrado há dez dias numa aldeia na região semi-autónoma de Puntland, na Somália, informou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF)

A notícia foi dada por Omar Faruk Osman, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Jornalistas da Somália, segundo o qual “Le Gouil foi recuperado por chefes tradicionais a meio caminho de onde fora apanhado pelo grupo armado”.

A RSF saudou o trabalho da diplomacia francesa que tornou possível a libertação do repórter e assinalou que o episódio mostra que a região de Puntland se tornou “num território de caça para grupos de sequestradores que fazem dos raptos e da pirataria um negócio”.

“Jornalistas e outros profissionais dos média que tenham de trabalhar na região devem ter cuidados extra e adoptar as devidas medidas de segurança”, acrescentou a RSF.

Le Gouil, a trabalhar para o canal televisivo franco-alemão Arte, foi sequestrado por uma milícia com cerca de cem homens em Maarero, uma aldeia na região montanhosa perto de Bosasso, o principal porto de Puntland.

Os raptores, que exigiam um resgate para libertar o repórter de imagem, são especializados em traficar pessoas da Arábia Saudita através do Iémen. A região é usada também para o tráfico de armas, sendo ambas as actividades praticadas por gangues protegidos por milícias.

Apesar de as autoridades já terem conseguido deter algumas pessoas, dificilmente controlam a situação nas montanhas, onde os lucros do tráfico de armas e de pessoas garantem a subsistência de uma parte razoável da população local.

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