Liberdade de imprensa ameaçada no Camboja

A liberdade de imprensa no Camboja está a ser “ameaçada”, denunciou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) na sequência da condenação civil e criminal imposta pelo Supremo Tribunal a um jornalista acusado de difamação do ministro dos Negócios Estrangeiros.

A decisão judicial, tomada a 31 de Agosto, consistiu na aplicação de uma multa de 30 milhões de riels a Kay Kimsong, repórter do “Cambodia Daily”, pelo seu envolvimento num alegado artigo difamatório do ministro Hor Namhong, publicado em Janeiro de 2001. O artigo em causa reproduzia acusações de um senador ao ministro, proferidas durante uma sessão parlamentar.

“Parece-nos que Kimsong foi isolado para castigo, especialmente se tivermos em conta que caíram as acusações iniciais contra o editor-chefe do “Cambodia Daily” e um repórter estrangeiro envolvido na história”, afirmou Christopher Warren, presidente da FIJ.

A organização relembrou ainda que logo no dia seguinte à saída do artigo, claramente antes do processo judicial avançar, o “Cambodia Daily” publicou um esclarecimento e uma carta de resposta enviada pelo ministro.

Além deste caso de pena elevada por difamação, a FIJ mostrou-se também preocupada com a ausência de representação legal de Kay Kimsong nos primeiros 25 minutos da audiência – devido a uma barricada policial que impediu o advogado de entrar – e ainda com a ordem dada a 29 de Agosto pelo ministro da Informação para que as televisões e rádios deixassem de transmitir comentários em directo sobre artigos de jornais.

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