Julgamento por difamação à porta fechada em Moçambique

Um tribunal de Maputo decidiu, num gesto sem precedentes, julgar à porta fechada um caso de difamação que envolve um dos seis homens condenados em 2003 pelo assassinato do jornalista de investigação Carlos Cardoso.

O julgamento, que se realizou no dia 28 de Março, tinha vivo interesse público e referia-se a uma queixa apresentada pelo procurador-geral Joaquim Madeira contra Momad Assife Abdul Satar, conhecido como “Nini”, que o primeiro acusa de o ter difamado em cartas abertas publicadas no semanário “Demos”.

Joaquim Madeira alega que “Nini” Satar tentou envolvê-lo no caso da morte de Carlos Cardoso, ao insinuar que o procurador-geral tem protegido um dos acusados: Nyimpine Chissano, filho do antigo presidente Joaquim Chissano.

“Nini” Satar admite que pagou cerca de 35 mil euros a Aníbal dos Santos Júnior, conhecido por “Anibalzinho”, indivíduo que organizou o assassinato, mas acrescenta que o dinheiro tinha sido, na realidade, um empréstimo a Nyimpine Chissano, o que este último nega.

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