O juiz norte-americano Cormac Carney ordenou a 14 de Julho que o repórter William Gertz, ao serviço do “Washington Times”, compareça no tribunal no decorrer desta semana para responder a questões sobre as suas técnicas de reportagem num caso que envolve suposta espionagem ao serviço da China.
Considerando que o interrogatório público “coloca o jornalista numa situação desconfortável e não leva em conta as dificuldades que os jornalistas enfrentam no decurso do seu trabalho”, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) vê esta ordem como uma forma de o magistrado tentar chegar indirectamente às fontes de Gertz, depois de um recurso do jornalista ter invertido a ordem inicial de quebra de sigilo dada por Carney.
De acordo com o Comité de Repórteres pela Liberdade de Imprensa (RCFP), o advogado Charles Leeper, que representa o jornalista, disse que William Gertz deverá comparecer no tribunal, mas nada disse em relação à disponibilidade do repórter em falar detalhadamente sobre os seus métodos de investigação.
Na opinião de John Solomon, editor do “Washington Times”, é escusado o jornalista testemunhar em tribunal, até porque “tal seria uma clara infracção ao seu direito à Primeira Emenda e teria um efeito negativo para a vontade dos funcionários públicos revelarem a jornalistas preocupações de segurança nacional como as que William Gertz denunciou ao longo da sua carreira – sempre em prol do povo americano”.