Jornalistas sob ataque em revolta policial no Equador

A rebelião policial da passada quinta-feira no Equador – descrita pelo presidente Rafael Correa como uma tentativa frustrada de golpe de Estado – originou vários ataques a jornalistas e à liberdade de informação, uma vez que o governo declarou o estado de emergência e ordenou que todas as televisões retransmitissem a emissão da emissora pública Ecuador TV, noticiou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

De acordo com a organização sediada em Nova Iorque, as estações de âmbito nacional Ecuavisa, a Teleamazonas e o Canal Uno interromperam a sua programação por volta das 14 horas para cumprir uma directiva do Ministério das Comunicações, o que privou os equatorianos de coberturas dos acontecimentos distintas da efectuada pela Ecuador TV, que adoptou o ponto de vista do governo.

A medida esteve em vigor até às 20 horas, tendo os revoltosos tentado invadir, por volta das 18h30, as instalações da Ecuador TV, para interromper a programação oficial. Houve também cidadãos que se manifestaram frente à emissora estatal para protestar contra a ordem do governo, segundo o diário “El Universo”.

Dizendo-se “alarmado” por o governo ter usado os poderes de emergência de modo a “privar o público de uma cobertura noticiosa variada num momento crítico”, o director-adjunto do CPJ, Robert Mahoney, revelou-se ainda preocupado “pela violência contra os jornalistas que cobriam a situação” e apelou às autoridades equatorianas que levassem os responsáveis perante a justiça.

Dados da organização de defesa da liberdade de imprensa Fundamedios apontam para, pelo menos, 22 repórteres e fotojornalistas atacados, ameaçados ou assediados pelos revoltosos, que queimaram e confiscaram ilegalmente equipamento de reportagem, além de agredirem e lançarem gás sobre os repórteres que cobriam a rebelião.

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