Jornalistas impedidos de cobrir detenção de Aung San Suu Kyi

Repórteres de diversas publicações de Rangum, capital da Birmânia, queixaram-se de que a censura governamental os impediu de cobrir a 15 de Maio a detenção de Aung San Suu Kyi – activista dos direitos humanos que, por defender a democracia, está em prisão domiciliária há 13 anos.

A detenção de Aung San Suu Kyi deveu-se a uma alegada violação das condições da prisão domiciliária, uma vez que a líder da oposição birmanesa acolheu o cidadão norte-americano John William Yettaw, que nadou até à sua casa, situada à beira do lago Inya, para a visitar, no início do mês.

Na Birmânia é proibido um estrangeiro pernoitar na casa de um birmanês, pelo que Suu Kyi enfrenta até cinco anos de cadeia por ter alegadamente quebrado esta norma, acusação que é contestada pela organização Article 19, para quem “o governo militar birmanês está a culpar um prisioneiro por alguém ter entrado na prisão”, o que “seria risível se não fosse incrivelmente triste”.

Como, devido a pressões das Nações Unidas, chegou a estar prevista a libertação de Aung San Suu Kyi a 27 de Maio, esta situação é vista como um pretexto do governo para manter a líder da oposição detida até depois das eleições marcadas para início de 2010.

De acordo com a Aliança de Imprensa do Sudeste Asiático (SEAPA), o julgamento iniciou-se a 18 de Maio e, surpreendentemente, no dia 20 a junta militar permitiu que os jornalistas e o público assistissem às sessões.

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