Pelo menos dois jornalistas guineenses receberam já ameaças por artigos relativos ao tráfico de droga na Guiné Bissau, país que faz parte das principais rotas do narcotráfico em África, denunciou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), instando o governo local a ajudar a acabar com a intimidação aos profissionais da comunicação social.
“O tráfico de droga é um problema grave no país e os jornalistas devem poder investigá-lo com total independência”, afirmou Gabriel Baglo, director da FIJ em África, sublinhando o caso de Albert Dabo, colaborador da Reuters e da rádio Bombolom FM, que este mês passou uma semana na clandestinidade por receio de concretização das ameaças que recebeu após um artigo em que revelou o envolvimento de militares e funcionários públicos de topo em negócios de narcotráfico.
Além deste caso, a FIJ aproveitou a oportunidade para criticar o recurso interposto pelo Estado guineense no processo das vítimas do acidente de viação de 1 de Dezembro de 2005, no qual morreram dois jornalistas e onze ficaram feridos, pois tal irá protelar um auxílio que poderia ajudar os afectados ou os seus familiares a recuperar de uma situação traumática.