Jornalistas fazem greve na Grécia e na Irlanda

O descontentamento com o impacto negativo das medidas de austeridade na salvaguarda dos direitos dos jornalistas e dos postos de trabalho no sector dos média levaram profissionais da Grécia e da Irlanda a efectuar greves, como forma de protesto pela situação.

Os jornalistas gregos protestaram entre as 6 da manhã de 30 de Novembro e as 6 da manhã de 1 de Dezembro, contra a abolição dos contratos colectivos de trabalho, a violação dos direitos laborais e de reforma e os despedimentos massivos no sector, numa acção convocada pelos vários membros da Federação Panhelénica de Sindicatos de Jornalistas (POESY).

A elevada adesão levou a que os websites informativos não fossem actualizados, a que as televisões públicas e privadas emitissem desenhos animados e documentários durante o dia, em vez dos habituais noticiários e programas, e afectou também a programação das rádios, a fila da agência noticiosa nacional ANA-MPA e a publicação de jornais no dia a seguir ao protesto, 1 de Dezembro.

Lembrando que as medidas que afectam o sector – e que já levaram ao encerramento de três diários este ano e à imposição de cortes salariais de até 10% em alguns meios – também representam um ataque ao bem comum que é a informação, centenas de jornalistas marcharam pela baixa de Atenas e concentraram-se frente ao Ministério do Trabalho.

Além do protesto salarial, os jornalistas poderão voltar a sair às ruas a 15 de Dezembro, no âmbito da greve geral de 24 horas convocada pelas duas centrais sindicais gregas.

Na Irlanda, a situação não é muito diferente, tendo os jornalistas aderido nos últimos dias às manifestações públicas contra as medidas de austeridade impostas pelo governo e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Estamos convencidos de que há uma forma mais justa e melhor de lidar com a crise do que penalizar os trabalhadores”, afirmou Arne König, presidente da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), solidarizando-se com os camaradas irlandeses.

O mesmo dirigente acrescentou ainda que “os jornalistas e restantes trabalhadores dos média são imensamente afectados pela recessão económica através de cortes salariais, desvalorização das pensões, cortes editoriais e despedimentos. A sociedade irlandesa nestes tempos de crise financeira precisa mais do que nunca de condições de trabalho boas e justas para os jornalistas, caso se pretenda que eles façam uma cobertura de qualidade de uma sociedade em profunda agitação”.

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