Jornalistas do “Egunkaria” ilibados de ligações à ETA

Sete anos após o encerramento do “Egunkaria”, único diário publicado inteiramente em língua basca até ao seu encerramento em Fevereiro de 2003, os tribunais ilibaram cinco jornalistas e os donos do título de alegadas ligações à organização terrorista ETA.

“Na altura dissemos que foi um encerramento escandaloso, porque os delitos são cometidos por pessoas, não por meios de comunicação, e que se podiam ter estudado outras medidas, como a gestão judicial da empresa, que em momento algum publicara informações relacionadas com a apologia do terrorismo”, disse Agustín Yanel, secretário de comunicação da Federação de Sindicatos de Jornalistas (FeSP) espanhola.

Saudando a decisão judicial, a FeSP lamentou porém que esta de nada sirva para repor os postos de trabalho então perdidos por mais de uma centena de trabalhadores, nem para devolver o diário aos seus leitores, e lembrou que “a luta contra o terrorismo não pode ser acompanhada da vulnerabilização de direitos fundamentais, como o direito a receber informação”.

Também a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) se pronunciou acerca do caso, dando destaque ao facto de que a decisão actual – que ainda é passível de recurso – é bastante crítica das sentenças iniciais do juiz Del Olmo, por terem sido “erradas e assentes num ponto de vista limitado, que considera a língua e a cultura bascas como uma expressão da ETA”.

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