Jornalistas de Taiwan impedidos de cobrir encontro internacional

Profissionais com passaporte de Taiwan ou que trabalhem para órgãos de comunicação daquela ilha do Pacífico têm visto as suas acreditações recusadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nos últimos quatro anos, com a justificação de que Taiwan não é um

Segundo o Instituto Internacional da Imprensa (IPI), a recusa de acreditação é uma grave violação da liberdade de imprensa e do princípio de universalidade dos direitos humanos, uma vez que o artigo 19.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos concede a todos o direito de “procurar, receber e divulgar informação e ideias através de qualquer meio e independentemente de fronteiras”.

Ao barrar o acesso de jornalistas de Taiwan à Assembleia Mundial de Saúde, a OMS está ainda a desrespeitar o artigo 2.º da mesma Declaração, que determina que “nenhuma distinção será feita com base no estatuto político, jurisdicional ou internacional de um país ou território a que uma pessoa pertença, seja ele independente, um protectorado, não-autónomo ou sob qualquer limitação de soberania”.

Como tal, o director do IPI, David Dadge, insta as Nações Unidas a rever as suas políticas de acreditação, para que elas reflictam os princípios de igualdade e respeito pela liberdade de imprensa defendidos pela própria organização.

Idêntica posição tomou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), de acordo com a qual “as Nações Unidas estão a deixar-se intimidar pela China e a dar de barato os valores que deveriam proteger”.

“Estes jornalistas querem informar o seu público acerca de um debate crucial que tem lugar na comunidade internacional. É incompreensível que obstáculos burocráticos sejam usados para negar o acesso de jornalistas de Taiwan a um fórum que vai debater a necessidade universal de protecção contra os riscos de propagação de doenças”, afirmou Paco Audije, secretário-geral-adjunto da FIJ.

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