Jornalistas de Cabo Verde preparam Dia da Liberdade de Imprensa

A Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) está a preparar uma série de actividades para comemorar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a 3 de Maio, anunciou o presidente da organização, Paulo Lima.

Para assinalar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, prevê-se um seminário de três painéis que estabelecem uma relação entre o jornalismo, a economia e a justiça. As actividades da AJOC podem ser incluídas no programa da UNESCO, organizadora de um encontro, em Cabo Verde, dos jornalistas da sub-região.

Paulo Lima, em conferência de Imprensa, refutou as acusações de Agostinho Lopes, líder do Movimento para a Democracia (MpD), o maior partido da oposição cabo-verdiana, de que teria havido manipulação dos órgãos de Comunicação Social do Estado durante as eleições autárquicas de 21 de Março.

“Foi com preocupação que ouvimos a declaração do presidente do MpD, da qual discordamos. Ademais, ela destoa das opiniões de pessoas da sociedade civil, políticos e corpo diplomático, que avaliam positivamente o trabalho dos profissionais da Comunicação Social”, afirmou Paulo Lima, ao ser interrogado sobre a questão.

Na semana passada, Agostinho Lopes, presidente do MpD, afirmou, em conferência de Imprensa, que os órgãos de Comunicação Social do Estado estão cheios de “comissários políticos” e acusou os mesmos de terem prejudicado o seu partido durante as eleições autárquicas.

Paulo Lima considera infundadas as alegações daquele dirigente político e disse que, havendo manipulação, Agostinho Lopes devia levar o caso às instâncias competentes, como o Conselho de Comunicação Social, e mesmo a AJOC, que estaria disponível para analisar tais manipulações e, sendo o caso, denunciá-las.

“Somos de opinião que a classe jornalística possui, hoje, maturidade para recusar essas práticas nefastas ao jornalismo, e não aceitamos que a classe seja usada como arma de arremesso político”, comentou Paulo Lima.

O presidente da AJOC revelou que a direcção tem vindo a desenvolver contactos e a materializar recomendações emanadas da última Assembleia Geral que reactivou a associação. Segundo afirmou, criaram-se três comissões de trabalho que vão analisar e propor à direcção da AJOC possíveis saídas para a criação de um sindicato, para a carteira profissional e para a formação. As comissões ultimam o seu modelo de trabalho e a comissão de formação negoceia já o formato de um curso de língua inglesa.

Paulo Lima anunciou que a AJOC já tem a promessa, por parte do Estado, de cedência de um espaço para a sua sede social. “Estamos, neste momento, a determinar com a Direcção-Geral do Património do Estado qual é o espaço apropriado e disponível”, disse.

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