Os jornalistas alemães aderiram nos dias 11, 12 e 15 de Dezembro a um conjunto de greves convocadas por dois sindicatos da classe, com vista a apoiar jornais de qualidade e um compromisso mais forte das empresas para com o jornalismo.
Cerca de dois mil profissionais aderiram a estas lutas, as mais fortes dos últimos dez anos no sector dos jornais, o que demonstra a determinação dos jornalistas em defender os padrões de trabalho e de qualidade conquistados ao longo do tempo.
Na origem dos protestos está a lista de exigências aos sindicatos, apresentada pela Associação Alemã de Editores de Jornais (BDZV) na quarta ronda negocial de contratos colectivos no sector da imprensa, da qual constavam o aumento do horário de trabalho de 36,5 para 40 horas semanais, a eliminação de cinco dias de férias e a redução do valor do subsídio de férias.
Apesar de considerarem esta posição dos patrões como um ataque geral à qualidade do jornalismo e à profissão em si, os sindicatos alemães Deutscher Journalisten Verband e Deutscher Journalisten Union in ver.di mostraram abertura na negociação, e dizem-se dispostos a abrir excepções para empresas em dificuldades e por um período de tempo limitado.
No entanto, garantem, não farão cedências que impliquem a erosão dos padrões sociais alcançados nos últimos anos, pois tal seria prejudicial à saúde de uma imprensa independente.
Apoiando a posição de ambos os sindicatos, a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) e o seu grupo regional, a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), apelam à solidariedade dos restantes sindicatos europeus nesta luta pela manutenção de condições básicas para produzir informação de qualidade.