Jornalistas agredidos nas Honduras

O governo da Guatemala denunciou à Organização dos Estados Americanos (OEA) que militares das Honduras agrediram e prenderam dois jornalistas guatemaltecos em Tegucigalpa, e pediu a intervenção da Comissão Inter-Americana dos Direitos Humanos para apurar o paradeiro dos dois profissionais.

O embaixador da Guatemala na OEA, Jorge Skinner, disse que os jornalistas Alberto Cardona e Rony Sánchez, da emissora Guatevisión, foram agredidos e submetidos a “vexames”, e que o seu paradeiro era desconhecido. “Ao não saber do seu paradeiro e da sua condição física, o governo da Guatemala responsabiliza as autoridades do governo de facto pela segurança e pelo bem-estar dos jornalistas”, afirmou Skinner.

Recorde-se que o governo de Roberto Micheletti, em funções desde o golpe de Estado que a 28 de Junho afastou o presidente legítimo Manuel Zelaya, decretou esta semana a suspensão dos direitos fundamentais por 45 dias, o que se traduz, entre outros aspectos, na proibição de reunião e manifestação, censura aos órgãos de comunicação e possibilidade de prisão sem culpa formada.

As primeiras vítimas da censura foram a emissora “Rádio Globo” e o canal de televisão “Cholusat” (“Canal 36”), que viram as suas instalações ocupadas pelas forças militares e policiais.

Governo de facto quer melhorar a imagem

Ao mesmo tempo que cerceia as liberdades, o governo de Micheletti manifesta preocupação com a sua imagem. Segundo informava esta segunda-feira o jornal “The Hill”, o governo de facto contratou os serviços da empresa Chlopak, Leonard, Schechter & Associates por um período de quatro meses, por mais de 290 mil dólares, para melhorar a imagem das Honduras junto dos EUA.

Segundo o contrato assinado com a Chlopak, a empresa realizará contactos com assessores de líderes do Congresso dos EUA para “melhorar a imagem do Governo de facto” e também com meios de comunicação e analistas políticos, indicou o “The Hill”.

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