A polícia sudanesa interveio no dia 4 de Maio para dispersar cerca de 2000 manifestantes que se deslocaram até ao tribunal de Cartum, no Sudão, para exigir a morte de Mohamed Taha Mohamed Ahmed, editor do jornal “Al Wifaq”, por este ter referido um manuscrito que levanta dúvidas sobre o parentesco de Maomé.
O jornalista, um dos mais importantes do país, limitou-se a referir o manuscrito “O que se desconhece na Vida do Profeta”, da autoria do historiador islamista Maqreezi, mas, se o tribunal assim o entender, pode ser condenado à pena de morte por blasfémia.
O texto, escrito há mais de 500 anos, questiona as origens genealógicas do profeta dos muçulmanos, alegando que este não é filho de Abdullah e negando outros aspectos da sua ascendência.
Na sequência da referência feita por Mohamed Taha Mohamed Ahmed ao documento, o Conselho Nacional de Imprensa do Sudão ordenou que o “Al Wifaq” ficasse encerrado por três dias, por ofensa pública.