Jornalista são-tomense despedida por alegada ordem do governo

A TVS, televisão pública de São Tomé e Príncipe, não renovou o contrato da jornalista Conceição Lima por alegada “ordem do Governo”, depois de esta ter denunciado num artigo para o jornal digital Téla Nón um acto de censura de que terá sido alvo na preparação do seu programa de entrevistas.

No início de Dezembro de 2010, com o acordo da direcção do canal, a jornalista preparara para o seu programa “Em Directo” uma entrevista com Carlos Veiga, candidato ao cargo de primeiro-ministro de Cabo Verde, a qual foi subitamente anulada, sem razão aparente, pelo director do canal, pouco antes da sua transmissão.

Conceição Lima não gostou e denunciou o caso num artigo para o jornal digital Téla Nón, sendo chamada perante o director da TVS no dia seguinte e informada de que o seu contrato, que expirava no final de 2010, não seria renovado “por ordem do Governo”. Desde então, a estação suspendeu também o programa “Em Directo”.

Condenando a ingerência governamental na estação, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) escreveu ao primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, e ao director da TVS, Óscar Medeiros, pedindo mais explicações sobre o caso e solicitando aos dois destinatários que “se empenhem em fazer da liberdade de imprensa uma prioridade no país e que reintegrem Conceição Lima na TVS”.

A RSF revelou-se igualmente preocupada por o acesso dos jornalistas às fontes de informação oficiais se ter complicado após a chegada ao poder de Patrice Trovoada, em Agosto de 2010, dificultando o exercício da profissão.

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