Jornalista raptado por militares no Azerbaijão

O jornalista Akrep Hasanov, do semanário “Monitor”, foi raptado e detido durante cinco horas por militares em Baku, capital do Azerbaijão, alegadamente como retaliação por um artigo que escreveu sobre abusos e má gestão numa unidade militar azeri, disse o próprio ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

A 1 de Fevereiro, Akrep Hasanov recebeu um telefonema de alguém que se identificou como professor e disse ter informações sobre abusos numa escola de Baku, combinando um encontro com o jornalista para o dia seguinte, ao meio-dia.

Porém, quando o jornalista chegou ao local combinado, foi agarrado por dois homens à paisana que o levaram até um quartel militar próximo e o detiveram durante cinco horas até conseguirem que ele assinasse uma declaração em que reconhecia a falsidade de um artigo que publicara a 29 de Janeiro sobre as más condições de vida de soldados de uma unidade militar em Goranboy.

Segundo o repórter azeri, os militares ameaçaram mantê-lo detido por tempo indefinido, maltratar a sua mãe e despedir o tio que trabalha no Ministério da Defesa, tendo ainda desgravado o conteúdo de uma cassete do jornalista que continha entrevistas com os soldados de Goranboy.

A 3 de Fevereiro, o Ministério do Interior negou as acusações de Akrep Hasanov, dizendo que o jornalista foi convidado a ter uma conversa no quartel devido ao “artigo difamatório e insultuoso” sobre os militares, durante a qual reconheceu que o artigo era falso e que nunca tinha visitado a unidade militar de Goranboy.

O editor do “Monitor”, Elmar Huseynov, garantiu entretanto ao CPJ que os civis nunca são autorizados a entrar nas altamente vigiadas instalações militares da capital.

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