Jornalista nepalesa assassinada em casa

Um grupo de 15 homens agrediu mortalmente, na noite de 11 de Janeiro, a jornalista nepalesa Uma Singh, que trabalhava para o jornal “Janakpur Today” e para a Radio Today FM na região de Terai e era também conhecida por defender os direitos humanos e a igualdade de tratamento entre homens e mulheres.

O assassinato de Uma Singh foi prontamente condenado pela Federação Internacional de Jornalistas, pela Federação de Jornalistas Nepaleses (FNJ), pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que exigiram às autoridades nepalesas uma reacção rápida e a punição dos culpados.

Na mesma noite em que a jornalista do “Janakpur Today” foi morta em casa, a correspondente do “Kantipur Daily” na mesma região, Manika Jha, recebeu ameaças de um grupo de desconhecidos que lhe partiu as janelas de casa, situada no mesmo subúrbio de Janakpur que a de Uma Singh.

Segundo o editor do “Janakpur Today”, Brij Kumar Yadav, é possível que a cobertura recente de temas políticos locais e relativos a direitos das mulheres possam ter estado na origem do ataque, até porque outras jornalistas têm sido ameaçadas por grupos armados no Nepal, sobretudo quando escrevem criticamente acerca da tradição local de pagamento de dispendiosos dotes por parte da família da noiva antes do casamento.

Já em 2008, durante a Missão das Nações Unidas ao Nepal, Uma Singh revelou que a sociedade na região de Terai não aceita as mulheres com perspectivas de igualdade e denunciou que organizações locais e grupos armados ameaçam frequentemente de morte as jornalistas que não difundam notícias que eles consideram importantes, algo que as profissionais se recusam a fazer a bem do equilíbrio jornalístico.

Para protestar contra a situação de insegurança em que a classe se encontra, os jornalistas nepaleses têm planeada uma manifestação para 15 de Janeiro, na qual vão exigir ao governo garantias de protecção para quem exerce jornalismo, uma vez que só em 2008 foram mortos três camaradas de profissão e um quarto foi raptado.

Partilhe