Jornalista japonês morto na Birmânia

O fotojornalista japonês Kenji Nagai, da APF News, foi uma das oito pessoas que morreram a 27 de Setembro na sequência da violenta acção repressiva da polícia birmanesa durante uma manifestação em Rangum, antiga capital do país. A violência policial causou ainda vários feridos, entre os quais um fotógrafo alemão.

Os jornalistas que têm tentado fazer a cobertura dos protestos pacíficos organizados por civis birmaneses contra a junta militar que governa o país têm encontrado hostilidade por parte das autoridades locais, que usam agentes à paisana para apreender câmaras e cartões de memória com imagens da contestação e que têm tentado limitar o trabalho jornalístico através de ameaças veladas.

Esta actuação da polícia foi já reprovada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que afirmou que “este silenciamento tentado não será tolerado”, exigindo que “quaisquer bens materiais apreendidos aos jornalistas devem ser imediatamente devolvidos”.

Além desta acção, segundo uma fonte local da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a junta militar ordenou a 27 de Setembro o encerramento de vários jornais privados que se recusaram a imprimir propaganda governamental, dias depois de censores militares terem ameaçado com represálias todas as publicações que se recusassem a cumprir ordens do governo.

As manifestações na Birmânia ganharam uma maior atenção da comunidade internacional depois de centenas de monges budistas se terem juntado aos protestos, em resposta a agressões contra um grupo de monges e na tentativa de acabar com a repressão violenta das marchas por parte das autoridades.

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