Jornalista italiana raptada em Bagdade

A jornalista italiana Giuliana Sgrena, do diário de esquerda “Il Manifesto”, foi sequestrada a 4 de Fevereiro perto da universidade de Bagdade por um grupo de homens armados.

A jornalista estava a a falar ao telemóvel com um camarada italiano quando o seu veículo foi atingido a tiro por homens armados.

Segundo a Agenzia Giornalistica Italia (AGI), o rapto foi entretanto reivindicado pela quase desconhecida Organização para a Jihad, que alega estar a interrogar Giuliana Sgrena e diz que uma decisão sobre o futuro da jornalista está “iminente”, dependendo apenas do veredicto da sua comissão para a “sharia”.

Contudo, não é possível verificar a autenticidade das mensagens do grupo, que garante ser o autor das notas anteriores sobre o rapto, as quais exigiam a retirada das tropas italianas do Iraque até 7 de Fevereiro, sob pena de executarem a repórter do “Il Manifesto”.

Especialista no Médio Oriente e em fundamentalismo islâmico, Giuliana Sgrena, de 56 anos, cobriu os conflitos no Afeganistão, Somália e Argélia e é autora de livros como “La schiavitù del velo” (“A escravatura do véu”) e “Kahina contro i califfi” (“Kahina contra os califas”).

Perante mais este rapto – que se segue ao da francesa Florence Aubenas, do “Libération”, há um mês – o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White, declarou que “as organizações jornalísticas enfrentam escolhas difíceis”, pois “se por um lado têm de garantir que os seus não são afectados, por outro não podem ignorar as histórias. O jornalismo não pode ser intimidado”.

O dirigente sindical considera ainda que este sequestro comprova que a transição para a democracia no Iraque não foi credível, dado que uma semana depois das eleições os jornalistas continuam a ser alvo de terroristas e bandidos.

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