Jornalista forçado à clandestinidade na República do Congo

Deo Namujimbo, correspondente da agência de imprensa internacional Syfia, em Goma, República Democrática do Congo (RDC), foi forçado a evacuar a família para Bukavu, a 18 de Julho, e a entrar na clandestinidade para “escapar à perseguição de militares”.

Segundo a organização Jornalistas em Perigo (JED, na sigla francesa), tudo começou a 15 de Julho, com a publicação na edição electrónica “Syfia Grandes Lagos” de um artigo denunciando a situação de “terror” que se vive em Minova, localidade situada 50 quilómetros a sul de Goma, onde se encontram entrincheirados os homens do general Nkunda desde a retomada da vila de Bukavu pelos militares leais ao governo.

A reportagem afirma que “desde há um mês e meio a população de Minova vive no terror” e que os ataques e “violações se tornaram moeda corrente”, a ponto de levar a população a ter de se “refugiar nas colinas durante a noite”.

O peça, que põe a nu as violações constantes dos direitos do homem atribuídas aos homens do general Nkunda, teve eco nos jornais de Kinshasa, nomeadamente na edição de 17 de Julho do diário “Le Potentiel”.

Testemunhas ouvidas pela JED em Goma confirmam que, após a publicação do artigo, militares ditos próximos do general Nkunda começaram a fazer perguntas sobre o jornalista, e que terá mesmo havido uma rusga minuciosa ao bairro onde vivia o correspondente da Syfia.

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