O jornalista espanhol Ricardo Ortega, da Antena 3 TV, morreu a 7 de Março na sequência de um tiroteio em Port-au-Prince, capital do Haiti. Na mesma ocasião ficou ferido o fotógrafo norte-americano Michael Laughlin, do diário “Sun-Sentinel”, da Florida.

Após serem alvejados, os dois jornalistas refugiaram-se numa casa próxima e, segundo o norte-americano, Ricardo Ortega – que se tinha voluntariado para cobrir a crise no Haiti apesar de estar de férias – continuou a filmar com a sua câmara de vídeo, não obstante os ferimentos.

Os dois repórteres foram depois transportados para o hospital Canapé Vert, onde Ricardo Ortega viria a falecer vítima de ferimentos graves no peito e no abdómen. Michael Laughlin, atingido no ombro e no rosto, foi evacuado para um hospital da Florida.

Apesar de estarem presentes, as forças de manutenção da paz dos EUA e de França não conseguiram evitar o início do tiroteio, que matou pelo menos seis pessoas e provocou trinta feridos. Segundo a Associated Press não foram efectuadas quaisquer detenções.

A violência crescente contra os jornalistas no Haiti levou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) a expressarem a sua preocupação pela situação naquela metade da ilha de Hispaniola, nas Caraíbas.

Para apurar a situação real no território, a FIJ está a planear uma missão ao Haiti, a realizar nas próximas semanas.

Recorde-se que, durante uma manifestação a 20 de Fevereiro, um fotógrafo da AFP foi ferido e três jornalistas mexicanos foram agredidos. Quatro dias depois, dois profissionais de televisão canadianos foram alvejados por apoiantes do antigo presidente Jean-Bertrand Aristide.