Mohammed al-Asaadi, chefe de redacção do semanário de língua inglesa “Yemen Observer”, foi condenado por insultar o Islão e multado em 500 mil rials (cerca de dois mil euros), por ter reproduzido os cartoons do profeta Maomé originalmente publicados pelo jornal dinamarquês “Jyllands-Posten”.

Apesar de demonstrar alívio com a ausência de uma pena de prisão, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) rejeita a ideia de que Mohammed al-Asaadi tenha cometido um crime e diz-se preocupado sobre as repercussões da sentença para a segurança do chefe de redacção do “Yemen Observer”.

Considerando que as acusações feitas contra si são inválidas, Mohammed al-Asaadi promete recorrer da sentença, pois o jornal apenas reproduziu três dos desenhos a preto e branco, em tamanho reduzido e com um X por cima de cada um, com o objectivo de denunciar os desenhos e explicar aos seus leitores estrangeiros porque é que as imagens originaram reacções negativas de muitos muçulmanos.

A multa imposta a Al-Asaadi segue-se à condenação de um outro jornalista – Kamal al-Olufi, do semanário “Al-Rai al-A’am” – a um ano de prisão por republicação dos desenhos, estando dois outros jornalistas – Abdulkarim Sabra e Yehiya al-Abed, do “Al-Hurriya Ahliya” – a aguardar julgamento pela mesma razão.