Abdi Farah Nur, editor do jornal “Shacab”, foi detido a 19 de Junho em Garowe, capital da região de Puntland, na Somália, no mesmo dia em que, na abertura da 14ª sessão parlamentar, o ministro das Finanças, Mohamed Ali Yusuf, o ameaçou com cinco anos de prisão e com a nacionalização da gráfica do jornal.

Depois de captar imagens da cerimónia, Abdi Farah Nur foi interpelado por agentes da polícia e levado para a esquadra, onde lhe disseram que havia informações de que o “Shacab” – suspenso temporariamente a 5 de Maio – ia reabrir e o tentaram convencer a assinar um documento em como tal não aconteceria, o que o jornalista recusou.

O editor do “Shacab” regressou então ao jornal e este foi impresso e distribuído, violando a suspensão imposta pelo goveno. Nessa mesma noite, as autoridades entraram nas instalações do semanário, ocuparam-nas e detiveram o editor.

Em declarações ao Comité para a Protecção dos Jornalistas, o administrador do “Shacab”, Abdirahman Abdulle, revelou que a desobediência ao decreto de 5 de Maio resultou do falhanço das tentativas legais e negociais para acabar com a suspensão injustificada do jornal, que durava há já sete semanas.