O jornalista e senador italiano Raffaelle Jannuzzi corre o risco de ser detido quando regressar ao seu país, após ter sido condenado a uma pena de dois anos e meio de prisão efectiva por um tribunal de Nápoles, que o condenou por difamação.

Raffaelle Jannuzzi, de 74 anos, encontra-se em Paris, onde participa em actividades relacionadas com o Conselho da Europa. O tribunal recusou, a 20 de Novembro, conceder-lhe um regime de semi-liberdade ou de detenção domiciliária. A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considera inaceitável e “indigno de uma democracia” que um jornalista possa ser condenado a prisão efectiva por um delito de opinião.

O secretário-geral da organização, Robert Ménard, escreveu uma carta ao ministro da Justiça italiano, Roberto Castelli, a quem pediu para “proceder de urgência a uma reforma da lesgilação italiana em matéria de crimes de liberdade de Imprensa. As penas de prisão devem ser suprimidas, em conformidade com as recomendações do Comité dos Direitos do Homem das Nações Unidas”.

Jannuzzi é senador da Forza Italia, o partido de Silvio Berlusconi, desde 2001. Foi condenado por artigos publicados no “Giornale d’ Italia”, pelos quais respondeu enquanto director da publicação. Esses artigos contestavam magistrados envolvidos na luta contra a Mafia. Jannuzzi realizou várias investigações sobre o crime organizado, tendo nomeadamente defendido um apresentador de televisão, que foi condenado devido a acusações de arrependidos da Mafia.

O jornalista permanecerá em Paris até 16 de Dezembro e tenciona regressar ao país quando lhe for reconhecido o estatuto de imunidade de que beneficia por pertencer à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e à UEO.