Jornalista condenado à morte no Qatar

Um jornalista jordano que trabalha para a estação de televisão Al-Jazeera foi condenado à morte pelas autoridades do Qatar, que o acusaram de espionagem. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) pediu ao governo de Doha a revogação da sentença, que está nas mãos de um tribunal de segunda instância.

A decisão quanto ao recurso interposto pelo jornalista condenado, Firas Nassuh Salim Al-Majali, será conhecida a 26 de Fevereiro de 2003. Al-Majali foi acusado por espionagem a favor da Jordânia e por ter utilizado a sua posição como jornalista para obter informações confidenciais.

“Obter informações é o dever profissional do jornalista”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White. “O problema é existirem políticos demasiado sensíveis e agentes de forças de segurança para quem um jornalista é sempre um espião”.

A FIJ enviou uma carta ao emir do Qatar, Hamad Al Thani, chamando a atenção para várias alegações relativas ao caso e pedindo que dê garantias à comunidade internacional de que Al-Majali não foi vítima de tortura ou de maus tratos.

Al-Majali foi acusado e condenado, apesar de estar ao serviço de uma estação de televisão emblemática do Qatar, a Al-Jazeera, que é financiada pelo governo do emirado.

Para a FIJ, a verdadeira causa da condenação à morte do jornalista são as divergências entre o Qatar e a Jordânia quanto à estação de televisão, um dos únicos canais por satélite de informação do Médio Oriente, que tem provocado inúmeros conflitos diplomáticos entre o governo de Doha e vários estados da região.

“Se isto é verdade, então o jornalista foi usado como peão num jogo político perigoso, conduzido por políticos sem escrúpulos. Nesse caso, ele deve ser libertado imediatamente”, disse Aidan White.

A FIJ pede ainda respostas do Qatar quanto ao modo como Al-Majali foi julgado. O arguido não possuía um representante legal em tribunal. Por outro lado, o jornalista jordano tem estado detido, desde o fim do julgamento, numa cela solitária.

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