Jornalista condenado à morte no Afeganistão

Um tribunal afegão condenou à pena de morte o jornalista Sayed Parvez Kambakhsh, de 23 anos, acusado de distribuir artigos e livros com alegados sentimentos anti-islâmicos. O julgamento realizou-se à porta fechada e sem que o jornalista tivesse direito a

O jornalista do diário “Janan-e-Naw” foi detido a 27 de Outubro de 2007 em Mazhar-e-Sharif e inicialmente acusado de ter escrito um artigo polémico sobre os versos do Corão que se referem às mulheres.

Como a acusação de blasfémia se manteve mesmo depois de se provar que Kambakhsh não foi o autor do artigo, o dirigente da Associação de Jornalistas Independentes do Afeganistão (AIJA) Rahimullah Samandar acredita que ele está a ser alvo de uma retaliação de autoridades regionais que não gostaram das críticas que lhes foram dirigidas pelo irmão do jovem repórter, o também jornalista Sayed Yaqub Ibrahimi.

Estando a liberdade de expressão protegida pela Constituição afegã, organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) juntaram-se aos protestos da AIJA, apelando ao presidente Hamid Karzai para que actue de imediato através da anulação da sentença de morte.

Aquelas organizações solicitam igualmente a abertura de um inquérito aos motivos que levaram o julgamento a ser realizado à porta fechada e sem que Sayed Parvez Kambakhsh tivesse direito a advogado. De registar ainda que Hafizullah Khaliqyar, procurador-adjunto encarregue do caso, ameaçou prender todos os jornalistas que apoiem Kambakhsh, alegando que este “confessou o crime e deve ser punido”.

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