Jornalista afegão morto em Kandahar

Disparos a partir de um veículo mataram, a 10 de Março, o jornalista Jawed Ahmad, colaborador da televisão canadiana no Afeganistão que ficou conhecido no Ocidente após tropas norte-americanas o terem detido durante 11 meses, acusando-o de ser “um combatente inimigo”.

Libertado há cerca de meio ano, Jawed Ahmad queixou-se de que militares dos EUA o privaram do sono, espancaram e colocaram numa cela com prisioneiros “mentalmente doentes” que o atacaram e lhe partiram duas costelas, tendo recentemente revelado que pretendia escrever um livro sobre a sua experiência no centro de detenção de Bagram.

As acusações de abuso são rejeitadas pelo exército norte-americano, que manteve o jornalista detido por alegados contactos com talibãs, algo que Jawed não negou, até porque ouvir os dois lados em conflito é prática normal entre os profissionais da comunicação social.

Organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) mostraram-se consternadas com o sucedido e apelaram a que o crime seja devidamente investigado e não fique impune, como tantos outros contra jornalistas no Afeganistão.

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