Jornalismo em crise na Turquia

A situação dos média na Turquia continua longe dos padrões da União Europeia. Jornalistas detidos por crimes de liberdade de Imprensa, uma elevada taxa de desemprego, grande concentração empresarial e leis que limitam significativamente a capacidade de acção sindical são denunciados no relatório de uma delegação da FIJ e da FEJ, que visitou o país entre 26 e 30 de Abril.

Mais de 4.800 jornalistas e trabalhadores dos média perderam os empregos em 2001, na Turquia. A grave crise económica que o país atravessa serviu de pretexto aos grupos económicos que dominam o sector para o despedimento de milhares de trabalhadores.

A situação é denunciada num relatório da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), cujos elementos detectaram também graves limitações à liberdade de Imprensa. Treze jornalistas continuam detidos por crimes relativos à liberdade de expressão, sendo condenada ao abrigo de leis anti-terroristas.

A delegação sindical que visitou as cidades de Istambul e Ankara considera que a Turquia ainda não reúne as condições necessárias para aderir à União Europeia, no plano da liberdade de Imprensa, recomendando a aceitação das propostas apresentadas pelo sindicato turco dos jornalistas, o TGS, que é membro da FIJ.

O sindicato considera que a situação do jornalismo na Turquia deve ser examinada urgentemente, exige a aplicação das protecções legais à liberdade de Imprensa, o reforço dos direitos dos jornalistas face aos patrões dos média, a liberdade sindical plena e a protecção dos direitos laborais dos jornalistas e dos restantes trabalhadores do sector.

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