Nas últimas três semanas, dois jornais iranianos foram suspensos e um foi encerrado indefinidamente em virtude da sua postura crítica face ao julgamento do agente dos serviços secretos acusado do assassinato da fotojornalista Zahra Kazemi, denunciou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Como forma de protesto, a Associação de Jornalistas Iranianos (AOIJ) organizou a 2 de Agosto uma manifestação que reuniu perto de 50 jornalistas contra a suspensão dos diários “Vaghayeh Etfaghieh” e “Jomhuriat” e o encerramento do mensário “Aftab”.

O “Vaghayeh Etfaghieh” foi suspenso a 17 de Julho por “propaganda contra o regime”, “publicação de notícias falsas” e por “insultar o Líder Supremo”, sendo que na ordem de suspensão o procurador-geral Said Mortazavi mencionava o facto do jornal empregar jornalistas vindos do diário reformista “Yas-e no”, suspenso a 18 de Fevereiro, na véspera das eleições.

As mesmas razões levaram à suspensão do “Jomhuriat” a 18 de Julho, dias depois de Said Mortazavi ter exigido, em vão, ao dono do jornal a demissão do editor Emadoldin Baghi, conhecido reformista e activista dos direitos humanos.

Para a FIJ, a atitude do procurador-geral iraniano em relação aos média tem “um toque de política suja” e reflecte “a hostilidade profunda do regime para com a liberdade de imprensa”.