Irão ordena expulsão de jornalista espanhola

A correspondente do diário espanhol “El Pais” no Irão, Angeles Espinosa, viu a sua acreditação cancelada pelo governo daquele país e recebeu ordem para abandonar o território nas próximas duas semanas, noticiou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), condenando a decisão.

Vendo esta situação como “mais uma tentativa do regime iraniano para silenciar uma cobertura independente do que se passa no país”, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, afirmou que Angeles Espinosa só foi expulsa por ter testemunhado “o impacto das políticas do regime”, sendo “vítima do secretismo e da intolerância de líderes que têm medo de se sujeitarem ao escrutínio democrático”.

Em comunicado, também a Federação de Associações de Jornalistas de Espanha (FAPE) criticou a expulsão, dizendo que a mesma está relacionada com o caso de Sakineh Ashtiani, a mulher iraniana cuja condenação a morte por apedrejamento originou uma mobilização internacional de protesto contra a sentença.

A organização espanhola recordou ainda que Angeles Espinosa chamou inicialmente a atenção das autoridades em Julho, quando publicou uma entrevista com Ahmad Montazeri, filho de um aiatola dissidente, o que lhe valeu o confisco da carteira profissional e do passaporte, o qual lhe foi devolvido recentemente com o visto de residência cancelado e ordens para abandonar o país em menos de duas semanas.

Hostil à liberdade de imprensa, o regime de Mahmoud Ahmadinejad mantém cerca de 30 jornalistas na prisão, encerrou pelo menos 20 jornais e bloqueou milhares de blogues, recordou a FIJ, prevendo que a manutenção deste “rumo desastroso” conduzirá “a uma sociedade fechada”.

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