Interesses comerciais da FIFA prejudicam liberdade de imprensa

A Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou a 12 de Outubro que os média digitais apenas poderão usar fotografias das partidas do Mundial 2006 na Alemanha uma hora após o fim dos jogos, o que segundo o Instituto Internacional de Imprensa (IPI) contraria a liberdade de imprensa.

“Este embargo põe em risco o direito dos editores a informar os leitores e das organizações de média a comentarem importantes acontecimentos noticiosos”, afirmou Johann Fritz, director do IPI, dizendo ainda que “é uma vergonha que a FIFA esteja a tentar controlar as fotografias de forma tão trapalhona e até injustificada”.

Para o IPI, a FIFA deveria mostrar maior apreço pelos órgãos de comunicação social, dada a imensa visibilidade que estes dão ao futebol, até porque “os média têm o direito de relatar acontecimentos à medida que eles acontecem e esse tipo de reportagem não ameaça quaisquer acordos comerciais”.

A organização jornalística sediada em Viena alerta ainda que a FIFA poderá abrir um precedente caso impeça o livre acesso à informação, razão pela qual recorda à instituição desportiva que “a liberdade de imprensa e os direitos dos média em exercê-la sem problemas não devem ser postos de parte devido a um contrato comercial”.

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