Imprensa na Colômbia sob pressão

Na Colômbia, registaram-se menos assassinatos de jornalistas no primeiro semestre de 2004, em relação ao mesmo período de 2003. Segundo a Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP), o facto de haver menos violência não é sinónimo de mais liberdade, mas de medo.

De Janeiro a Junho de 2004, a FLIP registou 40 violações contra a imprensa colombiana, quando no mesmo período de 2003 contabilizou 66. Dois jornalistas foram assassinados este ano, contra quatro no ano passado, e o número de ameaças aos profissionais dos média caiu de 39 para 16.

De acordo com a FLIP, “a diminuição dos ataques directos à imprensa não significa necessariamente que haja maior liberdade”, pois a questão não pode ser avaliada apenas quantitativamente.

“As ameaças, os atentados ou sequestros de que foram vítimas alguns jornalistas nos últimos três anos fizeram com que os restantes repórteres tomem medidas, como a autocensura. Este fenómeno reflecte-se na diminuição dos ataques directos contra a imprensa”, afirma a FLIP.

O aspecto mais preocupante ocorrido neste semestre é o aumento das agressões a jornalistas (de três em 2003 para 10 em 2004), a par das obstruções à sua actividade profissional, em particular por parte do Esquadrão Móbil Antidistúrbios (ESMAD) da Polícia Nacional e de particulares. Preocupante é também o facto de no período em apreço se ter registado um caso de tortura e um roubo de informação, situações que não se tinham verificado em 2003.

A Fundação faz notar no seu balanço que “as represálias pelas denúncias de corrupção, o medo dos jornalistas de serem estigmatizados, as pressões dos organismos da Força Pública e dos grupos armados ilegais e a autocensura, configuram um panorama em que a liberdade de imprensa e o direito à informação estão seriamente limitados”.

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