Hamas ameaça dissolver Sindicato de Jornalistas da Palestina

O chefe do comité governamental para os média da Palestina, Tahir Al Nouno, anunciou a 3 de Setembro a vontade de dissolver o Sindicato de Jornalistas da Palestina (PJS) em Gaza, devido à tensão crescente que se tem vindo a fazer sentir entre a liderança desta estrutura sindical e o Hamas.

O anúncio feito por Tahir Al Nouno foi considerado “provocador e injustificado” pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que se revelou preocupada com as acções do Hamas dirigidas contra a direcção do PJS e contra o seu presidente, Naim Toubassi, que é membro do Comité Executivo da FIJ.

Após ataques às instalações do PJS e fugas de líderes sindicais de Gaza para a Margem Ocidental do Jordão, foi recentemente tornado público um controverso comunicado de imprensa em nome da secção de Gaza do sindicato, no qual se criticava de forma dura as acções do Hamas.

Este documento originou reacções de desagrado no seio do governo, tendo o ministro-adjunto da Informação, Mohamed Abu Hasheish, afirmado que o executivo deixaria de lidar com a direcção do PJS “até os jornalistas serem capazes de pôr o seu sindicato na ordem”. A estas declarações seguiu-se, horas depois, o anúncio de Tahir Al Nouno que motivou as críticas da FIJ.

“Estamos a assistir a uma clara interferência política no jornalismo”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White, sublinhando que a organização da classe não pode ser imposta por decreto de forças políticas divisionistas e mostrando algum receio de que a reactivação de uma lei de imprensa de 1995 e do comité de média governamental representem uma ameaça à liberdade de imprensa na Palestina.

Partilhe