Grupo palestiniano acusado de uso abusivo de símbolo de imprensa

Israel acusou um grupo de combatentes palestinianos de utilizar um veículo blindado com o sinal de TV no ataque efectuado a 9 de Junho contra o posto fronteiriço de Kisufim, entre Israel e a Faixa de Gaza. O porta-voz da Jihad Islâmica, Abu Ahmed, desmentiu as acusações israelitas.

“As Brigadas Al-Quds (braço da Jihad Islâmica) utilizaram um jipe blindado semelhante aos jipes militares utilizados pelos serviços de inteligência sionistas”, afirmou Abu Ahmed à AFP, acusando o exército de Israel de ter mascarado o veículo com símbolos da imprensa e de ter divulgado fotos logo em seguida.

O incidente suscitou reacções imediatas da Associação da Imprensa Estrangeira em Israel e nos Territórios Palestinianos e do Sindicato dos Jornalistas Palestinianos.

“Os veículos blindados marcados com o sinal de TV são uma protecção inestimável para os jornalistas a sério que trabalham num ambiente hostil. E o abuso de hoje é um acontecimento grave”, afirmou em comunicado a associação, frisando que “um incidente como o de hoje reduzirá a protecção oferecida por estes carros. E não há dúvidas de que o trabalho dos jornalistas será mais difícil a partir de agora”.

A organização recorda a luta que foi preciso travar para que os militares respeitassem os veículos identificados como sendo da imprensa, criticando por isso esta acção alegadamente levada a cabo por dois membros da Jihad Islâmica e dois das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, grupos que se recusam a aceitar o cessar-fogo que o presidente Mahmoud Abbas propôs a Israel.

Também o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos criticou o pretenso uso de símbolos de imprensa na luta armada.

“Rejeitamos a utilização e o envolvimento dos jornalistas em todos os conflitos, e pedimos a todos que cessem de utilizar tais métodos ou o termo de ‘imprensa’ para qualquer acção que não tenha ligação com o jornalismo”, afirma o sindicato em comunicado.

“A utilização de um carro com a inscrição ‘imprensa’ coloca em perigo a vida dos jornalistas e dá um pretexto às forças de ocupação para matá-los”, acrescenta o documento, sublinhando que “esses métodos afectam a liberdade de trabalho dos jornalistas”.

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