O jornalista Grigory Pasko foi libertado após quatro anos de detenção na Rússia, por ter denunciado o despejo de resíduos radioactivos no mar do Japão, por forças navais russas.

Grigory Pasko foi distinguido, no ano passado, com o prémio da organização Repórteres sem Fronteiras, pelo seu combate contra a censura. A prisão do jornalista ocorreu em 1997. Esteve detido durante 20 meses, sem ter sido julgado. Em 2001, foi condenado a quatro anos de prisão, por um tribunal militar. Após dez meses de detenção numa célula isolada, cumpria a pena num campo penitenciário, onde continuava a escrever, clandestinamente, num jornal ecologista.

O jornalista foi acusado de “espionagem” e “alta traição”, após ter escrito centenas de artigos sobre o estado de abandono dos submarinos nucleares russos e publicado fotografias do lançamento de resíduos radioactivos no mar do Japão, que seriam difundidas pela estação de televisão japonesa NHK.

A procuradoria de Oussouriisk, onde se situa o campo penitenciário, ainda pode apelar da libertação de Grigory Pasko até 30 de Janeiro de 2003. Mas um responsável da procuradoria-geral em Moscovo, citado no sítio da Repórteres sem Fronteiras, já afirmou que não existem razões para contestar a decisão.