Greve contra “lei da rolha” na Somália

Os jornalistas da Somália responderam com uma greve à nova proposta de lei para os média que, a ser aprovada, imporá uma censura quase ilimitada e impossibilitará a prática do jornalismo livre no país.

É um país devastado por 11 anos de guerra civil. Mas em Mogadishu, a capital, continuam a publicar-se 20 jornais, existem duas estações de televisão e sete de rádio. Na quarta-feira, 2 de Outubro, todos estes meios paralisaram, com excepção de uma rádio.

Os jornalistas revoltaram-se contra a proposta de lei para a comunicação social votada no Parlamento, que o Presidente recusa, por enquanto, assinar. O decreto proíbe a publicação de notícias contrárias ao Islão ou que prejudiquem qualquer um dos alegados “interesses comuns” da Somália. Os jornalistas não poderão criticar a unidade do país, a política do Governo, a segurança do Estado ou falar sobre problemas sociais.

“Isto significa: não falem, não vejam, não ouçam”, comentou um jornalista somali, citado no sítio da Federação Internacional de Jornalistas.

A FIJ está a apoiar a luta dos jornalistas da Somália pela liberdade de expressão. “Esta greve mostra o empenho dos jornalistas em lutar pelos seus direitos”, disse o secretário-geral da organização, Aidan White, que considera poder estar em causa o fim do jornalismo crítico e independente neste país do Corno de África.

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