O Ministério do Interior do Iraque anunciou a 5 de Novembro que irá encerrar por tempo indefinido os canais sunitas Al-Zawraa TV, em Bagdade, e Saleheddin TV, em Tikrit, por estes terem alegadamente incitado à violência na sequência da condenação de Saddam Hussein à morte por enforcamento.

A polícia iraquiana efectuou ainda uma rusga com cerca de 50 elementos às instalações da Al-Sharkiya, ameaçando encerrá-la caso transmitisse programas sobre o julgamento do antigo líder iraquiano. Os principais diários do país também foram suspensos durante três dias, na sequência de um decreto aprovado antes do veredicto do processo de Saddam Hussein.

As acções governamentais mereceram críticas do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que acusaram as autoridades iraquianas de explorarem a preocupação pública com a violência para restringir cada vez mais a liberdade de imprensa no país.

Correspondente da Al-Sharqiya assassinado

Sem ter aparentemente qualquer relação com as restrições governamentais aos média, há a registar a morte a tiro de Ahmad al-Rashid, correspondente da estação televisiva Al-Sharqiya, ocorrida a 3 de Novembro num bairro do norte de Bagdade.

O jornalista de 28 anos preparava-se para visitar familiares quando foi parado por homens armados, instado a sair do carro e assassinado frente a testemunhas.

FIJ renova apelos à libertação de Bilal Hussein

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) renovou entretanto os seus apelos à libertação de Bilal Hussein, fotojornalista da Associated Press que está detido há mais de meio ano por tropas norte-americanas no Iraque, sob o pretexto de ser uma ameaça para a segurança do país.

Juntamente com o sindicato de jornalistas norte-americano The Newspaper Guild/CWA, a FIJ já havia instado anteriormente o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, a libertar o jornalista ou a transferir o caso de Bilal Hussein para os tribunais iraquianos, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.