O governo do Quirguistão ameaça proceder judicialmente contra os jornais “Res Publica” e “MSN” caso estes não revelem as fontes que deram origem à notícia sobre uma alegada reunião secreta do executivo realizada em Dezembro.

A polémica instalou-se em meados de Janeiro, quando os dois jornais noticiaram que na dita reunião secreta o primeiro-ministro teria dado ordem para “neutralizar” membros de alguns partidos da oposição “por quaisquer meios necessários, incluindo assassinato”.

O “Res Publica” publicou ainda uma carta, pretensamente de um membro do staff presidencial para o primeiro-ministro, em que são propostas várias medidas para dificultar as actividades da oposição nas próximas eleições legislativas.

O governo reagiu com um desmentido oficial, enquanto o suposto autor da carta, Bolot Zhanuzakov, prometeu demitir-se caso o jornalista que escreveu o artigo conseguisse provar a veracidade das alegações.

Por seu lado, o primeiro-ministro Nikolay Tanayev afirmou estar disposto a apresentar queixa contra os jornais em causa, a menos que estes peçam desculpas publicamente e publiquem um artigo, de igual tamanho ao do que gerou a polémica, a retractar-se.

Segundo Abdil Segizbayev, secretário para a imprensa do presidente quirguiz, este caso é revelador do aumento de actos de “terrorismo informativo” cometidos pelos órgãos da oposição, cujo objectivo é “agitar as pessoas e provocar um escândalo, caso a oposição perca as eleições”.