Governo do Botswana tenta condicionar média públicos

O secretário-adjunto do Ministério das Comunicações, Ciência e Tecnologia do Botswana, Andrew Sesinyi, enviou a 25 de Setembro uma ordem a todos os chefes de departamento dos órgãos de comunicação públicos do país para que não dessem quaisquer notícias negativas sobre a deslocalização de uma reserva de caça bosquímane e privilegiassem as declarações governamentais sobre o tema.

Alegando que “em todo o mundo, os jornalistas profissionais são primeiro, e acima de tudo, patriotas”, o responsável governamental acusava os média privados do país de estarem “ao lado do inimigo” e terminava o memorando dizendo que este não devia ser entendido como uma violação da liberdade de imprensa, ao mesmo tempo que afirmava que as suas palavras deviam ser vistas como “instruções e linhas de orientação”.

Em reacção ao caso, a Repórteres Sem Fronteiras lembrou que “este tipo de ordens são invulgares no Botswana” e instou o governo a resistir à tentação de arregimentar os média e a cumprir a promessa feita em Agosto de 2000 pelo ministro dos Assuntos Presidenciais e da Administração Pública, Tebelelo Seretse, de que a Botswana TV não seria apenas uma caixa de ressonância governamental.

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