Golpe militar nas Honduras silencia os média

Os militares responsáveis pelo golpe de Estado que depôs a 28 de Junho o presidente hondurenho Manuel Zelaya impuseram a censura aos órgãos de comunicação daquele país da América Central, denunciou a comissão investigadora de atentados a jornalistas da Federação Latino-Americana de Jornalistas (Felap).

“A ditadura militar instaurada em Honduras silenciou todos os meios de comunicação comunitários e alternativos, violentando a liberdade de expressão do povo hondurenho”, disseram o presidente da Felap, Hernán Uribe, e o secretário-executivo, Ernesto Carmona, frisando que há diversas “ameaças ao jornalismo livre e violação dos direitos humanos contra jornalistas que cobrem acontecimentos políticos nesta nação”.

Também o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) se revelou “bastante preocupado com os relatos de que várias emissoras foram retiradas do ar”, tendo apelado aos golpistas para que “permitam o retomar de todas as emissões e garantam que todos os jornalistas possam trabalhar de forma livre e segura neste momento crítico para as Honduras”.

Durante a madrugada do último domingo, Manuel Zelaya foi retirado de sua casa à força por militares e levado para a Costa Rica, numa acção considerada pelo Congresso hondurenho como uma reacção ao facto de o presidente ter violado o Estado de Direito ao convocar uma consulta popular não vinculativa acerca de uma reforma constitucional considerada ilegal pelos órgãos legislativo e judiciário do país.

Porém, diversos países encaram a situação hondurenha como um golpe de Estado, o presidente deposto acusa o Congresso de estar por detrás de “uma conspiração política com apoio militar”, e, segundo a Felap, nas ruas o povo está a exigir o regresso de Manuel Zelaya e a manifestar o seu respaldo à ordem constitucional democrática.

Partilhe