Fotojornalista sueco detido no Saara Ocidental

O fotojornalista sueco Lars Björk, um freelancer ao serviço da agência noticiosa Tidningarnas Telegrambyrå, foi detido a 19 de Fevereiro pelas autoridades marroquinas por ter captado imagens de um grupo de jovens que se manifestava pela independência do Saara Ocidental em El Aaiún, capital daquela região controlada por Marrocos.

Cruzando informações da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), sabe-se que o fotojornalista foi interrogado durante quatro horas no centro de El Aaiún, que a sua câmara, passaporte e cartão de jornalista foram confiscados, e que foi acusado de ser um espião ao serviço da Frente Polisário e de ter organizado a manifestação.

“Encaramos esta detenção como um perigoso ataque à liberdade de imprensa por parte das autoridades marroquinas”, afirmou o presidente da FEJ, Arne König, acrescentando que as autoridades marroquinas têm de perceber que não podem intimidar os jornalistas com detenções só para os impedir de cobrir uma história. König apelou igualmente à libertação de Lars Björk, do qual não há notícias desde que foi interrogado.

De acordo com a RSF, as autoridades marroquinas começaram por dificultar a vida a Lars Björk logo na noite de 14 de Fevereiro, quando um funcionário do Ministério das Comunicações se deslocou ao hotel onde o jornalista se alojava para o informar de que não podia trabalhar no país por não ter acreditação para tal, apesar de, em Dezembro, a Tidningarnas Telegrambyrå ter informado o Ministério da visita em trabalho do seu fotojornalista.

Criticando o carácter vago dos critérios do Ministério para dar acreditação a jornalistas estrangeiros, a RSF recordou que os jornalistas noruegueses Anne Torhild e Radmund Steinsvag ainda não obtiveram autorização para se deslocarem a El Aaiún, apesar do pedido nesse sentido ter sido efectuado junto da embaixada de Marrocos em Oslo há mais de um ano.

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