FIJ pondera reabrir centro de crise na Argélia

A prisão de dois jornalistas argelinos, Mohammed Benchicou, do diário “Le Matin”, e Hafnaoui Ghoul, jornalista e activista dos direitos humanos, pode ser um sinal do início de uma vaga de ataques ao jornalismo independente.

O receio foi expresso por responsáveis da comunicação social argelinos e de outros países em Bruxelas, onde uma delegação de jornalistas se reuniu e apelou à acção internacional para conter o que entendem como uma campanha dos políticos argelinos contra a imprensa de oposição.

Entre as várias iniciativas propostas pela delegação, conta-se a da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) de reabrir o centro para a crise dos média na Argélia, criado pela FIJ em meados dos anos 90 para auxiliar os jornalistas face a uma campanha de terror de grandes proporções que causou a morte de cerca de 100 jornalistas e trabalhadores dos média.

A delegação chegou a um acordo no sentido de procurar apoio para uma estrutura permanente, que monitorize os atentados à liberdade de imprensa e aos jornalistas na Argélia, e vai apelar à União Europeia para que proteste contra as medidas repressivas das autoridades argelinas, já que as agressões aos média quebram protocolos estabelecidos entre a Argélia e a UE.

Para a FIJ, é essencial que seja construída uma nova aliança de solidariedade entre os jornalistas argelinos e os seus colegas europeus e de todo o mundo.

No encontro em Bruxelas estiveram presentes representantes da FIJ, do Sindicato dos Jornalistas Belgas, da Associação Internacional de Imprensa e do Sindicato dos Jornalistas Argelinos, entre outras entidades e figuras, incluindo a mulher de Mohammed Benchicou.

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