A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) critica a utilização dos jornalistas como bode expiatório no “jogo perigoso” que é levado a cabo pelo governo colombiano e pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), e exige respeito pela liberdade de expressão.
A posição da FIJ, divulgada a 2 de Março, surge na sequência do ataque das FARC ao edifício da RCN Radio y Televisión, a 20 de Fevereiro.
Ao reivindicar o ataque – que feriu duas pessoas e destruiu 70% do edifício –, as FARC disseram que embora tivessem “respeito pelas opiniões e o trabalho dos jornalistas da RCN”, não podiam deixar de contestar “a estratégia dos proprietários da empresa contra o direito a estar bem informado”.
As FARC acusaram ainda a RCN de ser um instrumento de propaganda do governo, cujo vice-presidente Francisco Santos acusou recentemente a comunicação social colombiana de “dar eco às actividades terroristas”.
“É absolutamente ultrajante que os nossos colegas sejam atirados para a linha de fogo desta maneira”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White, dizendo que os jornalistas colombianos têm sido “alvos num jogo perigoso em que todos os lados procuram alguém a quem culpar”.
Num esforço para tentar mudar este estado de coisas, entre 18 e 20 de Fevereiro o gabinete de segurança da FIJ na Colômbia (CESO-FIP) e a organização de direitos humanos ASDEH reuniram com organizações regionais de jornalistas de todo o país com vista a criar uma federação de associações jornalísticas na Colômbia.
Todas as entidades envolvidas concordaram em unir esforços na promoção da segurança dos jornalistas e na criação de informação de qualidade, uma vez que “está na altura de todos os lados do conflito armado colombiano reconhecerem que a chave da paz e da estabilidade é a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, como contraponto à intolerância e à sede de guerra”.