FIJ exige inquérito independente a ataques contra jornalistas

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou hoje as partes em conflito no Iraque pelos ataques contra jornalistas, considerando que se trata de “crimes de guerra” e exigiu a abertura de um inquérito independente internacional aos ataques contra o Hotel Palestina e as instalações da Al-Jazeera em Bagdad.

“Não existem dúvidas de que os jornalistas eram o alvo destes ataques. Assim sendo, eles constituem uma grave violação da lei internacional”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White.

Três jornalistas morreram e três ficaram feridos em consequência do ataque norte-americano contra as instalações da Al-Jazeera e da Abu Dhabi TV e no disparo de um “rocket” contra o Hotel Palestina.

“Bombardear hotéis onde se encontram jornalistas e atacar os média árabes são acontecimentos chocantes numa guerra travada em nome da democracia. Os responsáveis por estes actos devem responder perante a justiça”, afirmou Aidan White.

A FIJ instou as Nações Unidas e as organizações de defesa da liberdade de Imprensa e as empresas de comunicação social internacionais a juntarem esforços e a exigirem um inquérito exaustivo aos acontecimentos de hoje.

A maior organização de jornalistas do mundo afirma que o estatuto de protecção dos jornalistas em zonas de conflito terá de ser revisto em consequência desta guerra que já provocou a morte a 12 profissionais dos média, incluindo nove jornalistas, de acordo com os dados da FIJ.

“Não é possível lutar pela democracia contra as vidas dos jornalistas e dos profissionais dos média”, afirmou Aidan White. “Esta guerra é a primeira da história a ser transmitida em tempo real. Mas a protecção dos jornalistas e profissionais dos média parece um retrocesso à pré-história”, concluiu.

A FIJ condenou ainda os iraquianos por usarem civis, nomeadamente jornalistas, como escudos humanos, condenando o desprezo do regime de Bagdad pela liberdade de informação.

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